As flores
segredam o mistério
em suas pétalas acetinadas,
de beleza da festa
solar;
do brilho lunar em
diversas fases.
E, mesmo assim, a
permanência do ritmo
da sua delicadeza
missionária
a harmonizar e
transfigurar,
os ambientes mais
hostis;
impreterivelmente, na
continuidade
dos dias.
Preciso senti-me flores
na multiplicidade das
cores,
na transcendência efervescente
dos aromas.
Esquecer-me por alguns
instantes,
a condição limitante
humana,
de coisificar o sentir,
num fluxo arrogante
do esquecimento,
diante da demanda
possessiva
da descartabilidade.
Hoje, eu acordei flores...
Que bom seria se fosse
eterno,
mas a impermanência
é a única certeza da
fragilidade da
existência humana.
E a outra possibilidade
sempre ficará
na entrega da fenomenologia
extra-sensorial do
sentir,
no processo libertador
da descoberta...
Suzete Brainer
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